quarta-feira, 18 de maio de 2011

Metrô pra mim, pra você e pra todos nós!

Na semana passada o caso do metrô na Angélica gerou a maior polêmica nas redes sociais. Indignados (inclusive eu), milhares de pessoas manifestaram sua oposição às 3.500 assinaturas da Assossiação de Moradores do bairro de Higienópolis, na qual pediam para que a estação da Angélica fosse transferida para outro local. Foi alegado, entre outras coisas, que a estação traria pessoas diferenciadas para o bairro. Bom, isso tudo vocês devem ter visto e ouvido à exaustão. 

Metrô é legal, muito legal!

Como todo mundo deu pitaco nesse assunto, eu também quero dar o meu! Duas coisas: a primeira é que quanto mais metrô melhor! Quanto mais estações uma cidade possuir, mais pessoas poderão usufruir dessa maravilha que é o meio de transporte público! Aqui em Nova York por exemplo, existem 468 estações de metrô, e muitas destas ficam bem perto uma da outra. 

Mas na verdade, o que mais me chamou a atenção nessa história toda foi o discurso de muitas pessoas que estavam defendendo o transporte público. Vi muitas frases como essas: "E o porteiro desse pessoal que mora em Higienópolis, vai chegar lá como?!", "Mas e o faxineiro do meu prédio, coitado!". Perceberam? O que eu quero dizer é que a elite do nosso país – e principalmente de São Paulo –, está acostumada e aprendeu que o que é público não é para nós, o que é público é para ser usado somente em último recurso. Escola pública é pro filho da faxineira, hospital público só pra indigente, e transporte público a gente gosta de falar que usa quando vai pra Paris. Obviamente que as pessoas que não têm poder aquisitivo precisam muito mais do sistema público; mas é necessário entender que o que é público é para todo mundo! E é justamente isso o que faz uma sociedade ser mais democrática e justa; quando tanto o filho do faxineiro quanto o filho do médico estudam na mesma escola, podendo desfrutar das mesmas oportunidades. Aqui em Nova York, e na maioria das cidades européias, todo mundo pega metrô para ir pro trabalho, independente da sua classe social. Então, junto com aquela frase do "coitado do porteiro", a gente tem também que lembrar de falar "Coitado de todo e qualquer cidadão paulistano que paga imposto e ainda assim tem que encarar todos os dias um trânsito de horas para chegar em casa, pagar IPVA, gasolina, sem falar no estacionamento". 

O Brasil pode estar crescendo economicamente e ser a bola da vez. Mas o que é mais urgente mudarmos é a nossa mentalidade. Um país democrático e justo, só começa no momento onde todos os seus moradores têm o direito de pelo menos usar o transporte público da sua cidade. Isso sim é cidadania, isso sim é ser desenvolvido. 

Um comentário:

  1. ai que orgulho honey! é isso mesmo! vc ta foda! bora fazer o nosso cidades irmãs.
    love you
    bisou

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