sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Here comes the cold... tchuru ru ru

Pelo que tudo indica ontem foi o último dia de calor aqui - calor leia-se máxima 23º, mas que para final de outubro é praticamente verão na Bahia! A previsão já anuncia mínimas de 4ºC para a semana que vem. E parece que todo mundo aqui acompanha a previsão, e aproveitaram para sair de casa com seus modelitos primavera-verão; todo mundo de shortinhos, saias, chinelos... Ah, o verão... Agora só em 2011. 

Quando cheguei aqui estava apavorada com o frio do hemisfério norte, confesso que ainda me dá um pouco de medo quando penso que aqui chega a fazer -15ºC (pra que tanto frio gente!). Mas acho que agora que já estou mais adaptada vai ser até interessante viver um tempo em um lugar que neva, que no Natal é frio e faz todo sentido o papai-noel usar aquela roupa, que tem pista de patinação no Central Park, que dá pra esquiar nos finais de semana, e que vai me dar aval pra refazer todo meu guarda-roupa de inverno (não tenho roupa pra todo esse frio!)... É, vai ser legal... E o verão, a Bahia, a praia, o chop gelado, as pernas de fora; estarão me esperando para quando eu voltar!

Senhorinhas no frio (e vento!) de NYC

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Democracia brasileira

The first democratic presidential elections in my country happened in 1989 when I was six years old. Before this we had been through a dictatorship that lasted almost twenty years. I don’t remember this time since I was born in September of 1983 and by then the political regime was losing power and million of people were in the streets demanding for elections: the Diretas Já! movement. I don’t remember this either, I was just a baby; but  my mom always tells how frustrating it was not getting what they wanted after almost a year of struggling for the elections. But at least they gave us a republic system and a president; his name was Tancredo Neves and this I can barely remember. I remember the excitement of my mom finally having a president and also the sadness when he got sick and died just a few days before taking office. So they gave us another president, his name was Jânio Quadros and I remember that he had a big mustache. He looked like a seal. People didn’t like him. My mom always used to complain that the prices were rising and that things weren’t getting better as she had imagined.
And then 1989 arrived, and this year brought the possibility of chosing our president; for the first time in years that would be a democratic election and we could say that we lived in a democratic country. I remember having simulated elections in school so the kids would know how it worked, I remember the jingles of the candidates, their slogans. And it seemed like most of the people had their preference; his name was Fernando Collor de Mello. He was young, handsome, clever, and fitted perfectly with this new democracy. He was elected and in January of 1990 he took office of the Government. I remember watching this event on TV and even skipping school because my mom couldn’t miss seeing it. And after a few days: the disillusion; the “perfect” president was actually a jerk, he put our country in a deep economic crisis. He was the first president elected by the people, and was also the first one who was expelled by the population. In 1992 he suffered an impeachment; I remember people in the streets wearing black with their faces colored in yellow and green, and I remember watching in my sister’s bedroom on a small TV all those men wearing tie saying if they were against or for the president. And when the majority voted against him people all over the country celebrated.
Fernando Collor was replaced by his vice-president, Itamar Franco; he had a tuft of hair and nobody took him too seriously. After him was Fernando Henrique Cardoso. He was a sociologist and a intelligent man. He created the Plano Real that made the country comes out from the inflation and he was reelected and stayed in power for eight years. People really liked him, but not as much as they like the current president.
Luís Inácio Lula da Silva was a worker and a sindical leader; he never went to university and doesn’t know how to speak English; even though when he came to U.S. Obama said that he was “the man.” Lula ran for president since the first democratic elections,when the handsome guy won. By that time Lula identified as a communist. I remember my mom telling me that if he won the election we wouldn’t be able to leave Brazil again, and the idea of never going to Disney again just scared me. And that was the general feeling about him: fear. But he didn’t give up; he tried for 12 years and finally in 2002 he was elected by the majority of the population. That was the first time that I voted and I remember that I didn’t vote on him. After four years he was reelected and I didn’t vote for him either. But even if I don’t like him very much, most of the people in my country love him even with so many scandals involving his government.
And now the elections are just going on in my country. Lula can’t run again for the presidency but it seens that his candidate is going to win. I wouldn’t vote for her if I was back home. Actually the candidates that I always voted for never won and that is kind of frustrating. Well that is democracy after all!     

sábado, 23 de outubro de 2010

Me pego imaginando...

Este ano completou 9 anos que o World Trade Center foi atingido, na semana de 11 de setembro dois feixes de luz localizados no local das torres iluminaram o céu da cidade. E várias vezes me pego pensando: "E se eu estivesse aqui quando aconteceu...". Eu teria acabado de chegar na cidade, estaria na segunda semana de aulas, ainda impressionada com o ritmo frenético da cidade; provavelmente estaria no metrô rumo a faculdade, pensando o que iria fazer a noite e ... E derepente tudo iria mudar, como mudou para a vida dos moradores de NY. 

Hoje, passados nove anos, as coisas voltaram ao normal. O ritmo da cidade continua alucinado, pessoas do mundo inteiro estão aqui para trabalhar, passear, se divertir. Porém, quando você conversa com alguém que estava aqui quando os aviões bateram nas torres, percebe que esse episódio deixou marcas profundas. O diretor de alunos internacionais da minha faculdade me contou que no dia que o atentado aconteceu, estava trabalhando no em seu escritório que fica no prédio da NYU, um pouco mais para cima de onde tudo aconteceu. E que derepente as pessoas começaram a ligar para ele e contar o que estava se passando, ele disse que era difícil de acreditar no que via na TV e que quando foi para a rua a situação era caótica. Pessoas sem saber para onde ir, o medo estampado em cada rosto. Ele contou que as ruas foram fechadas para carros, os metrôs pararam de funcionar, logo só era possível se locomover a pé. Ele contou em um determinado começaram a chegar pessoas que estavam no local, com aquela poeira branca e uma expressão de pavor e descrença no que havia acabado de acontecer, e dizendo: "I survived, I survived". Eu nunca havia ouvido um relato de alguém que presenciou todo o ocorrido, e mesmo tendo visto aquela imagem milhares de vezes na televisão, ouvir a história da boca de alguém faz com que tudo pareça mais real.

Por mais que o tempo tenha passado e a cidade tenha se recuperado, é possível perceber que os moradores de NY nunca irão se conformar com o que aconteceu e que essa marca nunca será apagada. 

E me pego imaginando... "E se eu estivesse aqui quando tudo aconteceu..." 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

I'm afraid of...

I’m afraid of airplanes, of heights, and of the dark. I’m afraid of violence and fatalities, I’m terrified of things that can change the course of your life without warning.
When I was a little girl I was afraid of dogs, and then once, on a summer day I was at my uncle’s house at the countryside and three dogs surrounded me and kept barking for a long two minutes in my face; it was the most horrible moment of my life, I still can feel this fear when I close my eyes and remember this moment. But since my brother got home with that beautiful pet ten years ago, I’m not afraid of dogs anymore; I actually find them really cute. Now I’m much more terrified by the humans, who bark cruel words just to harm each other, and do it consciously.
I’m also afraid of frustration, of falling in love and of new things, but it doesn’t mean that I don’t fall in love, that I don’t chase my dreams even knowing that I can fail and that I’m not seeking them all the time. All these things that I said can scare me, but I’m definitely not a coward; actually I’m a pretty brave girl and I’m not afraid of facing my fears. I want to travel the whole world even on airplanes. I go in high-heels to face the heights and when it’s dark I light a match. I’m not afraid of beeing afraid; I like the way I feel when I face my fear, it’s like riding on a rollercoaster. The fear doesn’t paralyze me; it’s what makes me move forward, and that’s how I keep going, fearing the unknown. But at the same time excited. 

domingo, 3 de outubro de 2010

O que te move?

Quarta-feira passada fui assistir com o pessoal da minha classe ao espetáculo de dança Vollmond da companhia alemã Tanztheater Wuppertal, mais conhecida como a companhia da coreógrada Pina Bausch. Esse foi o terceiro espetáculo que assisti da companhia e mais uma vez fiquei sem ar, sou apaixonada pelo trabalho de Pina Bausch e cada vez que assisto sinto ao mesmo tempo um sopro de delicadeza e um soco no estômago, e é essa dicotomia que permeia as 2 horas e meia de performance. Seus bailarinos se movimentam tão delicadamente, porém é também tão visível sua força e intensidade em cada gesto. A técnica está ali, perfeita e precisa como é de se esperar de um grupo alemão, mas ela é camuflada por uma naturalidade e graça que parece que nada daquilo foi ensaiado, é como se aquelas pessoas tivessem nascido dançando. E por fim a racionalidade e a paixão coexistem no palco, como se uma dependesse da outra. E aqueles bailarinos expressam toda a dor humana, a dor da existência, a dor de quem está a beira do abismo; e todos nós estamos, e Pina Bausch sabia disso. E toda vez que parece que os corpos frágeis/fortes de seus bailarinos irão sucumbir, a água aparece para renovar a vida que ainda há ali, e eles se hidratam, se alegram e dançam, dançam, dançam sob a esperança.




Pina faleceu em 30 de junho do ano passado, porém sua presença permanece em cada movimento de cada bailarino que ela escolheu para fazer parte de sua companhia. Ela costumava dizer: "Não me interessa em como as pessoas se movem, mas sim o que as move", e sem dúvida seus bailarinos e seu público são movidos por muita paixão, e agora também pela memória desta grande mulher.

A coreógrafa Pina Bausch

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Let the fun start!!

Ontem fez 1 mês que estou em NY,  o tempo passa rápido e é tanta coisa que tem para fazer nesta cidade que dá até aflição! Quero fazer tudo!!

Nos últimos dias tive a visita de uma grande amiga, a Fê Soares, foi uma delícia e passeamos muito!

Ela chegou sexta e fizemos aquele passeio NY básico: Bryant Park (eu não conhecia), é um parque bem legal, pequeno, umas mesinhas na grama, um cara tocando aquelas músicas nova-iorquinas no piano e um carrossel, aqui eles amam carrossel só nesse fim de semana vi três; acho que dá um toque de mágica pro lugar... Bem perto do Bryant Park está a Times Square, você sai de uma tranquilidade e entra na insanidade! Marcas, marcas e mais marcas, se o Kassab viesse aqui ia querer morrer! Tem até uma loja da M&M, é impressionante a capacidade dos americanos de criarem produtos. De um chocolate redondo (o que equivaleria ao nosso confete) eles conseguem criar chaveiros, camisetas e até cabides!!! Depois fomos relaxar no Central Park, que é outro oasis no meio da cidade. Cultura inútil: Você sabia que o Central Park tem o tamanho do principado de Mônaco?! O principado que é muito pequeno, ou o parque que é muito grande? A noite fomos em um jantar na casa de uma menina da minha classe, foi o primeiro get together da minha turma e foi bem legal! Muitos papos filosóficos e até um projeto de escrever um livro para o Obama - Yes we can (!).

No sábado fomos na D.U.M.B.O Arts Fair, até então Dumbo era para mim aquele elefante que voava, mas além disso é também um bairro super bacana do Brooklyn que fica entre a ponte de Manhattan e a do Brooklyn, sua sigla bem literal significa Down Under the Manhattan Bridge Overpass, tem uma vista incrível para a cidade. O festival acontecia por todo o bairro, vários grupos de música, galerias e open studios, o máximo! Fui em uma loja de vinil e me deparei com discos da Gal Costa, Rita Lee e Tropicália, foi muito "cool" ouvir "Baby" no D.U.M.B.O, e meu novo objeto de desejo é uma vitrola, não saio daqui sem uma!! E para finalizar o passeio caminhamos pela ponte do Brooklyn, esse é um passeio que todo mundo que vem pra NY deve fazer, especialmente no pôr-do-sol, é lindo ver Manhattan acendendo suas luzes. A noite fomos em uma sake house do lado da minha casa (sonho!) e depois  encontramos uma amiga que mora aqui faz tempo em uma baladinha no Brooklyn, we had lot of fun! 

Domingo fomos passear pelo Soho para fazer umas comprinhas e almoçamos no Balthazar que é um bistrô francês super charmoso e sempre lotado, inclusive outra vez que fui lá encontrei a Meg Ryan! Eles tem uma torta de queijo-de-cabra incrível! A noite fomos em uma baladinha em Williamsburg – o Williamsburg Music Hall – ver uma dupla de música eletrônica, o Modeselektor, eu não sou muito de música eletrônica mas foi bem legal! O lugar é bem bacana, lembra um pouco o Studio SP mas é melhor, vários ambientes, pessoal bonito, meninos de camisa xadrez... Voltarei lá mais vezes com certeza!

Na terça (eu vou pular segunda porque tive aula e não aconteceu nada de interessante) fomos conhecer Williamsburg durante o dia, eu já tinha ouvido falar que esse era o novo bairro queridinho de NY, na verdade eu já tinha tentado ir lá uma vez que vim com a minha mãe, mas fomos parar na parte de judeus ortodoxos em pleno Shabat, não foi uma experiência muito legal. Então caso você queira conhecer o bairro, mas a parte bacaninha, peque o trem L e pule na estação Bedford, ai sim você vai estar bem no coração de Williamsburg moderinho... Parece um pouco que você está no baixo Augusta, muitos jovens, lojas descoladas, lugares legais pra comer... Eu fui em um brechó que é o máximo, comprei uma jaqueta de couro por $30, e um colar de coruja que vira relógio, eu sei que lendo parece meio estranho mas minha coruja é linda, depois posto uma foto aqui! Depois de Williamsburg fomos para Chelsea, um bairro bem legal e mais chiquetoso, cruzamos com modelos lindos que deviam estar fazendo a nova campanha da Hugo Boss ou algo do gênero, me senti a própria Carrie Bradshaw, rs! E depois fomos andar no High Line, que é uma passarela que foi construída em cima de uma antiga estação de trem, é incrível, tem várias espriguiçadeiras para as pessoas sentarem e uma vista linda, outro ponto obrigatório para quem vem pra NY, para saber mais clique aqui.

Esse foi meu tour com a Fê, mas ainda tem muita coisa para conhecer por aqui, ainda bem que minha temporada por aqui está só começando!

Carrosel

Music under the bridge
Let me introduce you DUMBO
Brooklyn Bridge

"Você precisa aprender inglês, precisa aprender o que eu sei..."


High Line at Chelsea